A JOVEM VIUVA, com quem Davi Poe se casou em 1806, nascera na Inglaterra, na primavera de 1787. Era filha de Henry Arnold e de Isabel Arnold (nascida Smith), ambos atores no Teatro Real de Covent Garden, em Londres. Henry Arnold morreu, ao que parece, em 1793. Sua viúva continuou a sustentar-se e à filha, representando e cantando, e, em 1796, trazendo consigo sua jovem filha, veio para a América, desembarcando em Boston. A Sra. Arnold continuou sua carreira profissional na América, a princípio com pouquíssimo êxito. Ou imediatamente antes, ou logo depois de chegar aos Estados Unidos, porém, casou-se uma segunda vez, com um tal Charles Tubbs, inglês de poucos dotes e pouco caráter.
O casal continuou a representar, a cantar e dançar em várias cidades, por toda a costa oriental, e a jovem Srta. Arnold foi logo notada nos cartazes, aparecendo em papéis juvenis, como membro de várias companhias a que sua família pertencia. O Sr. e Sra. Tubbs desapareceram de vista, aí por 1798, mas a carreira de Isabel Arnold, mãe de Poe, pode ser seguida, cuidadosamente, pelos vários cartazes de anúncios e notícias nos jornais das diversas cidades em que representou, até sua morte, em 1811. Foi durante suas viagens como atriz que se casou com C. D. Hopkins, também ator, em agosto de 1802. Não houve filhos dessa união. Hopkins morreu três anos depois, e, em 1806, como foi dito antes, sua viúva casou-se com Davi Poe.
O casal continuou a representar junto, mas com muito pouco êxito. Nasceram-lhe três filhos: William Henry Leonard, nascido em Boston, em 1807; Edgar, nascido em Boston, em 1809; e Rosália, em Norfolk (Virgínia), provavelmente em dezembro de 1810. Devido à pobreza deles, que era sempre extrema, o primeiro filho, Henry, fora deixado aos cuidados de seus avós, em Baltimore, logo depois de nascido. Edgar nascera enquanto seus pais cumpriam um contrato no Teatro de Boston. No verão de 1809, os Poe foram para Nova York, onde Davi Poe ou morreu ou abandonou sua mulher, provavelmente esta última coisa.A Sra. Poe foi abandonada com o menino Edgar e, algum tempo depois, deu à luz a uma filha. Lançou-se suspeita, mais tarde, a respeito da paternidade dessa última criança e sobre a reputação da Sra. Poe, suseita essa que desempenhou desgraçado papel nas vidas de seus filhos. Não é preciso dizer que tal suspeita era injusta.
De 1810 em diante, a Sra. Poe continuou, embora com a saúde decadente, a aparecer em vários papéis em Norfolk (Virgínia), em Charleston (Carolina do Sul), e em Richmond. No inverno de 1811, foi dominada por uma doença fatal e morreu a 8 de dezembro, em situação de grande miséria e pobreza, na casa de uma modista de chapéus, escocesa, em Richmond. Foi sepultada no cemitério da Igreja Episcopal de S. João, daquela cidade, dois dias mais tarde, mas não sem alguma pia oposição.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
LINHAGEM MATERNA
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