SOBREVIVIAM à Sra. Poe três crianças órfãs. Duas delas, Edgar e Rosália, achavam-se com ela ao tempo de sua morte e foram tratadas por pessoas caridosas. Edgar, então com cerca de dois anos de idade, foi levado para a casa de John Allan, negociante escocês, em situação francamente próspera, ao passo que a pequena Rosalia recebera abrigo em casa do casal William Mackenzie.
Os Alians e os Mackenzies eram amigos íntimos e vizinhos. As crianças ficaram naquelas casas e o fato de sua criação tornou-se, com o correr do tempo, equivalente a uma adoção. Frances Keeling Valentine Allan, esposa do comerciante escocês que dera abrigo ao "pequeno órfão Edgar Poe", não tinha filhos, embora estivesse casada havia muitos anos.
O menino Edgar parece ter sido uma criança viva e atraente, e, a despeito de certa relutância do Sr. Allan, foi logo admitido como membro permanente da família. Embora haja certa prova de uma tentativa da parte dos parentes paternos de Baltimore para demonstrar seu interesse pela criança, o rapazinho ficou como filho de criação de John Allan, em Richmond, onde bem cedo foi posto numa escola mantida por uma dama escocesa, e, ao que parece, mais tarde, na de um tal William Irving, professor local. Há bastante prova de que seus primeiros anos de infância passou-os, ele, em ambientes felizes e confortáveis.
A Sra. Allan e sua irmã solteira Nancy Valentine, que residia na mesma casa eram especialmente loucas pelo seu "garoto". Parece que ele, realmente, foi um tanto tratado com excesso de mimos, como se fosse uma criancinha, da parte das mulheres, o que o pai de criação procurava contrabalançar com severidade ocasional, mas provavelmente bem oportuna. Em 1815, a família viajou para a Inglaterra, a bordo do Lothair, levando Edgar consigo. Depois de breve estada em Londres, visitaram uns parentes da Escócia, os Galts, Alíans e Fowlds, em Kilmarnock, Irvine e outros lugares perto de Ayrshire.
Viajaram para Glasgow e depois voltaram a Londres, no fim do outono de 1815, quando Edgar foi enviado de volta à Escócia, para Irvine. Ali, durante pouco tempo, frequentou a Escola de Gramática. Em 1816, porém, regressou a Londres, onde seu pai de criação estava procurando fundar uma sucursal de sua firma de Richmond, Ellis e AlIan, com comércio de tabaco e mercadorias em geral. A família residia na Praça Russell, em Southampton Row, e, nessa ocasião, o jovem Edgar foi matriculado num internato, dirigido pelas Srtas. Dubourgs, na Rua Sloane, n.0 146, em Chelsea.
Ali permaneceu até o verão de 1817. No outono desse ano, entrou para a escola de Manor House, do Reverendo John Bransby, em Stoke Newington, então subúrbio de Londres, Ali permaneceu até certo tempo, na pri mavera de 1820, quando foi retirado para voltar à América. As memórias do jovem Poe, de seus cinco anos de estada na Escócia e na Inglaterra, foram excessivamente vivas e continuaram a fornecer-lhe recordações para o resto da vida. Parece ter sido um jovem cavalheiro um tanto precoce e orgulhoso.
Curiosas e vividas reminiscências desses antigos dias escolares na Inglaterra encontram-se na sua história de "William Wilson". É significativo de suas relações com seus pais adotivos que as notas de sua instrução na Inglaterra sejam dadas para o jovem Allan. Não pode haver a menor dúvida de que, naquela ocasião, o Sr. Allan o olhava como filho. Outras provas não faltam.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
INFÂNCIA
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