Mesa homenageia os 200 anos de nascimento de Edgar Allan Poe"
Se Edgar Allan Poe fosse vivo, sentiria, no mínimo,
surpresa ao ver o gênero consolidado por ele voltar
aos parâmetros anteriores a sua obra.
O precursor da narrativa de horror, que subverteu os moldes da literatura gótica e seu moralismo, talvez se divertisse com a nova vampiromania protagonizada por adolescentes virgens em histórias cheias de lições de moral e sempre atadas a um final feliz. Em Crepúsculo, série que seduziu milhares de jovens leitores pelo mundo em livros e no cinema, os personagens principais, que escondem identidades monstruosas, são certamente mais bonitos do que a mente de Poe poderia supor numa história de horror.
No dia 05 de novembro de 2009, numa mesa redonda dedicada aos 200 anos de Edgar Allan Poe e incluída na programação da Feira do Livro, quatro participantes discutiram a trajetória do escritor americano, suas narrativas e desdobramentos. Do Conde Drácula até a série Crepúsculo, da escritora Stephenie Meyer. Para José Francisco Botelho, mestre em Letras e jornalista, sem o novo parâmetro estabelecido por Poe, na primeira metade do século 19, ao quebrar o didatismo, o moralismo e a alegoria do gótico, não haveria o gênero que vemos agora:
— Poe demonstrou que o mal nasce no humano. Ele não tratava o mal do ponto de vista da pessoa. Já o gótico falava do mal que cerca o indivíduo.
Muito antes de Crepúsculo, Drácula, de Bram Stoker, abordava um vampiro imortal, monstruoso, e desconhecido. Agora, como observou outro debatedor da mesa de ontem, o mestrando em filosofia da UFRGS Napoleão Schoeller, a perspectiva se inverteu:
— O que se vê é a dificuldade de o vampiro se relacionar com o mundo humano. É a humanização do vampiro. O herói é o vampiro.
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Crepúsculo gira em torno do romance entre uma garota humana e um vampiro que, com mais de cem anos, mantém feições adolescentes e frequenta a escola secundária. O segundo filme da série, Lua Nova — a estreia mundial será dia 20 de novembro —, conta a história de Bella (Kristen Stewart), que se apaixona por Edward (Robert Pattinson).Se você quiser saber mais sobre Crepúsculo, vampiros e não tem medo de colocar seu pescoço em risco entre no Blog da vampira Flávok.
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(...)
Se a vampiromania é passageira, ninguém se atreveu a prever, mas a concordância geral é que o gênero do horror não verá a morte tão cedo, seguindo ou não a narrativa de Poe:
— A literatura fantástica é tão antiga quanto o medo. Só vai melhorar — sintetiza Botelho.
5 razões por que Poe ainda é o cara
* A atmosfera de horror gótico presente em seus contos é uma grande influência ainda hoje.* A invenção da literatura policial: Poe é considerado, com as três histórias do investigador Dupin, o inventor da literatura de dedução e elucidação de crimes.
* O mito do escritor/herói trágico: Poe viveu pouco, morreu aos 40 anos e produziu grande literatura nesse período. Escritor consagrado hoje, morreu em circunstâncias misteriosas, pobre e quase sem quem comparecesse a seu funeral. É, portanto, um personagem cuja vida cheia de elementos patéticos inspira tanto fascínio quanto sua obra de gênio.
* A Carta Roubada, conto que inspirou o psicanalista Jacques Lacan
* O Corvo, poema mais popular de Poe, com o clássico refrão “E o corvo disse / Nunca mais”, inspirou poetas tão diferentes como Fernando Pessoa e Vinicius de Moraes e foi adaptado para o cinema num cômico filme estrelado por Vincent Price e Boris Karloff.
Reportagem retirada do jornal eletrônico Zero Hora.
*(Com adaptações)
2 comentários:
ODEIO crepúsculo!
pq citar crepúsculo como um livro de terror ou romance? ta mais pra livro de comédia!
vampiros vegetarianos...hã?
...que preferem beber o sangue de animais inocentes doque matar um ser humano nojento!
Poe ficaria é decepcionado!
kkkkkkkkkkk
Calma!!
Foi a citação que o jornal fez e que eu apenas complementei com um blog muito bom que eu conheço!
Informação não faz mal a ninguém Lenore!!
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